16/11/2016

Dia 18 - Vinte e Três

16 de Novembro...

Ao que parece neste dia a URSS enviou uma sonda para Vénus, em 1965, que nunca regressou à Terra - nem o meu pai era nascido ainda;
Nasceu o escritor José Saramago, em 1922 - nem a minha bisavó era nascida ainda;
Em 1947 as tropas britânicas retiraram-se da Palestina;
Em 1978 morreram 200 pessoas num choque de avião, no Sri Lanka;
Em 1988 Benazir Bhutto vence as eleições no Paquistão e torna-se assim, a primeira mulher a governar um país Muçulmano.

Neste dia em 1993, ao que parece não há nenhum acontecimento histórico, exceptuando o meu nascimento às 23:30, hora de Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa.

Fazendo uma analepse desde hoje até ao início, muita coisa aconteceu. Chorei muito, discuti muito, ri muito - às gargalhadas bem alto, de surra para não ser descoberta, sorri sinceramente e muitas vezes não tão sinceramente, e também sofri.

Têm sido uns anos de constante construção, de descoberta, de corta de um lado e cola do outro. De subir uma montanha muito lentamente, com alguns escorregões pelo caminho, e com alguns suspiros de alívio quando me apercebo de que consegui ultrapassar mais um obstáculo - embora não tenha bem ideia de como o fiz - anos de me ir aguentando, e de ir fazendo. Mas não é isso que estamos cá a fazer afinal?

Os meus anos de vida não fazem justiça à minha bagagem, e à minha vivência. Não fazem justiça à minha visão do Mundo e das Pessoas. Não fazem justiça à minha confusa, e complicada cabeça. E felizmente, na minha aparência também não se vê.

Devo um especial agradecimento aos meus pais - ao que parece eu sou o vosso melhor acidente de percurso, e agradeço por me terem deixado cá ficar, embora não fosse para ser. Mas vocês já imaginaram o quão aborrecida ia ser a vossa vida se não fosse eu? Nem imaginem, porque eu também não me imagina a cá não estar...

Queria fazer um pedido formal de desculpas também. Acho que hoje é um dia apropriado para o fazer...

- Desculpem as minhas faltas de educação;
- Desculpem as vezes em que não vos quis dar ouvidos;
- Desculpem a minha falta de sensibilidade e as minhas palavras duras e que por vezes vos magoam;
- Desculpem se me esqueço às vezes de mostrar a vossa importância na minha vida;
- Desculpem se vos desiludi por não ter conseguido seguir o caminho que vocês idealizaram para mim;
- Desculpem se não consegui ser a melhor filha que poderia ser.

E, hoje, num dia em que as minhas ansiedades estão em alta, assombra-me a incerteza do futuro, a pressão de ser a melhor pessoa possível para todos e não vos desiludir, de não me desiludir também. Assombra-me o medo de falhar, de errar, de simplesmente não conseguir. 

Aconteça o que acontecer, agradeço mesmo com tudo o que tenho por me trazerem ao Mundo, por fazerem dele um lugar mais seguro para mim. Por perdoarem sempre, por estarem lá, com todos os vossos defeitos e dificuldades. Cada um de nós está a tentar fazer o seu melhor.

Não vou prometer que não volto a fazer ou a acontecer, porque como ser Humano que sou, vou sempre errar e vou sempre voltar a fazer. Mas, estou a fazer o melhor que posso para melhorar, para compreender e para ser o mais paciente possível.

Estas são as minhas promessas. Feliz aniversário para vocês e Feliz aniversário para mim!

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