Querida Patroa,
Quis escrever-te esta carta, porque palavras não seriam suficientes para descrever como os meus dias se tornam uma merda na tua presença. Achei que precisasses de saber...
O facto de um ser desprezível como tu ter chegado onde está não me surpreende. Já não tenho esperança na raça humana, mesmo.
A semana que estiveste fora, foi suficiente para confirmar as minhas suspeitas: quem torna este local razoável, num emprego insuportável és tu! Com a tua burrice desmesurada, com as tuas "questões" disfarçadas de acusações, com a tua grande capacidade de meteres o bedelho em tudo o que não te diz respeito... É assim, que se promove a desmotivação, querida. É devido a pessoas como tu que questiono vezes sem conta, a minha sanidade mental.
Mas tu na realidade até és uma querida e uma fofinha. Principalmente, quando entras no computador de uma empresa da qual tu até já não fazes parte (por alguma razão, o teu próprio marido não te quis mais aqui a dar as cartas), apenas e somente para "acertares as tuas contas". Isso, e de vez em quando o rato lá escorrega e toca de ver os e-mails para me questionares no dia seguinte o que é que eu andei a fazer.
Achas que é arrogância minha, não querer ser vigiada a cada passo que dou? No início até pensei que pudesse ser mais algum problema de autoridade meu. Mas, "questões" como as tuas eu detecto-as à distância. Aquele pôr em causa delicioso, que todos vocês raça hierárquica superior, gostam de fazer.
E eu até sei porquê! Tendo em conta a vossa incompetência, e inevitáveis escorregões - principalmente aqueles que acontecem no Home Banking (sabe-se lá porquê senhor!) - assumem automaticamente que nós da Plebe iremos fazer o mesmo.
Mas olha querida, nem que caísse na minha mão eu o iria fazer. Parece-me óbvio que os nossos desentendimentos, sejam porque vimos de castas diferentes. Até se pode sair da favela, mas a favela nunca sai de ti amiga.
A nossa paz podre resulta da minha cultura e sabedoria muito superior à tua, e do meu pensamento objectivo e racional perante as minhas obrigações da vida - há quem não se importe de ser escrava.
E acredita...pior que tu existe! Eu sei disso, eu já lá estive! Por isso, embora pense todos os dias em ir ao curandeiro para te dar assim uma caganeira daquelas que não te levantas da sanita, penso que ainda tens muito que aterrorizar para chegar aos pés de quem é Mestre na arte de aterrorizar. Isso e umas aulas de Inglês e Português - pelo menos só para disfarçar a tua falta de inteligência.
Espero que esta carta não tenha palavreado muito caro - eu esforço-me todos os dias para descer ao teu nível, mas confesso que não me é natural. Coisas da vida!
Talvez ta dê, quando me despedir! Olha que já esteve mais longe...há que ter fé!
Com muito desprezo da tua estimada discípula,
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