Odeio errar. Odeio mesmo. Sou implacável com os meus erros e com aquilo que não tive a inteligência de emendar ou perceber antes de fazer. Simplesmente não me perdoo por ter feito uma asneira sem cabimento.
Infelizmente errei. E errei mesmo. Daqueles erros que causam prejuízos. Felizmente até tem solução, porque só para a morte é que não há solução. Mas, durante dias e dias vai pairar sobre a minha cabeça a ideia de "Tu podias ter feito de outra maneira e não fizeste. Até está resolvido, mas erraste na mesma."
Os próximos dias vão ser passados assim, quando acordar, quando me deitar e quando tenho a cabeça demasiado livre para deixar a minha mente à solta para inventar o que quiser. Dias de desgaste se avizinham.
O mais importante nisto tudo, é que quando a poeira assenta, e eu respiro fundo e tomo consciência do que aconteceu, mais percebo que eu não posso culpar ninguém sem ser a mim própria.
É uma verdade que tudo o que está à nossa volta nos influencia, e nos motiva ou não. Nos induze em erro. Mas eu tenho a opção de questionar, de rever e de reflectir. E eu escolhi não o fazer. Todas as escolhas imprudentes que fazemos têm sempre as suas consequências.
Se estou desmotivada; se acho que não me explicaram bem alguma coisa, e se tenho dúvidas, só a mim me posso culpar. Só eu posso escolher mudar isso.
Não vale a pena tentar passar a bola para o próximo quando a responsabilidade é toda nossa. E se calhar parte da nossa indignação, quando somos confrontados com uma chamada de atenção, é mesmo porque bem lá no fundo sabemos que é verdade e custa admitir. A verdade dói sempre, mas é necessária.
Vou ter de passar pela fase da aceitação. Preciso de aceitar que errei. Preciso de aceitar que me descuidei porque não estou motivada o suficiente. Preciso de aceitar que nem sempre faço todas as perguntas que gostaria de fazer, porque tenho medo da resposta que vou ter do outro lado. Preciso de aceitar que até reconheço que tenho de ser mais humilde e aceitar o que faço de mal.
Não há mais ninguém a quem culpar sem ser eu. E vou ter de aprender a viver com isso. Esta será apenas a primeira de muitas durante toda a minha vida.
Irei procurar mais uma vez, aquilo que me completa. Mas, por muito que a minha vontade seja enfiar a cabeça na areia tipo avestruz, não o vou fazer. Vai doer, mas vou até ao fim e até onde não der mais.
Comprometo-me a ouvir, a perguntar, e a dar o meu melhor, mesmo que não queira. É a única forma de curar a ferida aberta pelo erro que cometemos.
Hoje é só mais um dia, de uma semana, de um mês e de um ano. Tudo tem solução e amanhã será melhor, até encontrar melhor.
Errar é Humano, mas nem sempre convém.