Faz hoje anos que partiste...embora eu não mostre o que vai na minha cabeça, eu sinto-me como se nunca tivesses ido embora; parece que estás a tirar umas férias demasiado prolongadas e que não podes cá vir.
As partidas das pessoas são sempre injustas, mas a tua foi de muito mau gosto. Não se faz a ninguém, coisa dolorosa e feia como o cancro.
Quando partiste, eu não fui capaz de me despedir de ti...não queria ter como última imagem de ti deitada numa cama, praticamente sem qualquer sentido nem a força que associo a ti sempre.
Às vezes pergunto-me se deveria ter ganho coragem e ter ido, e pergunto-me também, se onde estiveres, me perdoas por não o ter feito.
Para mim, a consideração deve ser mostrada em vida, e não depois disso. Depois disso, já nada faz sentido.
Eu não conto isto a ninguém, porque gosto de manter a minha carapaça de pessoa forte, mas sonho contigo imensas vezes e são tão reais. Em todos eles, tu estás viva, bem, a sorrir e a atrofiar com todos, como era típico da tua personalidade.
Eras um furacão, e tinhas muito para fazer ainda...não merecias que te levassem tão cedo. Espero que onde estejas, espalhes a tua força e leves tudo à frente, como era hábito teu.
Comigo ficam as boas memórias tuas, todas elas bastante divertidas, a tristeza de quem te perdeu, e a esperança de que através de alguma força divina nós voltaremos a encontrar.
Até breve tia, fizeste a diferença em todas as vidas nas quais passaste.
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